Carioca em SP, "paulista" no Rio...
... esta é a minha sensação desde que peguei aquela ponte-aérea definitiva em 12 de abril de 2006. Um texto sobre moda, estilo e minha relação com as duas versões de Ale que tenho hoje em mim.
Esta foto aí de cima sou eu no Rio no fim de 2005, meses antes de uma ponte-área só de ida pra SP: eu era mais loira, mais bronzeada, minhas roupas eram mais justas e/ou decotadas, meu estilo era mais “desarrumado” – algo compreensível em uma cidade na qual Havaianas é um sapato!
Foi nesta mesma época que fiz a “planilha 2011", uma lista de metas ousadas e distantes que eu planejava alcançar pelos próximos seis anos. Mudar-me para São Paulo não estava nem nos planos abstratos, mas ter um “armário mais paulista” (com estas exatas palavras, complementando com “à la Isabella Fiorentino"), sim. Ali eu ainda não questionava meu endereço, mas já refletia sobre o estilo que me representaria nos meus quase 30 anos de idade.
Duas décadas e muitos avanços digitais depois, as duas cidades não estão mais tão distantes – as marcas paulistanas fazem o maior sucesso nos shoppings do Rio e as meninas do Itaim vivem desfilando pelas ruas com acessórios 100% cariocas. Mas, mesmo assim, ainda dá pra dizer que as duas capitais brasileiras mais próximas fisicamente no mapa guardam estilos muito, muito distintos.
Quando falo de estilo, não me refiro apenas a roupas: quando a gente desembarca na capital paulista de vez, praticamente recebe um guia imaginário ensinando que um lado da ponte-aérea coloca como inaceitável o que era hábito na outra ponta. Pense em sair de cabelo molhado, nas próprias Havaianas para ir a (quase) qualquer lugar e na mais óbvia questão de ir para algum lugar que não seja uma piscina com um biquíni ainda úmido por baixo da roupa.
Toda esta introdução – que pode parecer exagerada ou caricata para quem não conhece muito bem as duas cidades, mas, juro, não é! – para dizer que meus verões no Rio contam com pastinhas de inspiração no Pinterest no planejamento. Porque, depois de todo este tempo, tornei-me a pessoa “carioca demais pra ser vista como paulista, apaulistada demais para ser vista como carioca". Dá para usar tudo lá e cá, mas fato é que uma mesma peça tende a ter leituras diferentes…
Abro aqui minha pasta secreta “verão no Rio” em modo comentado!
Alfaiataria, sim; mas uma coisa por vez!
Camisas sociais e calças de alfaiataria são clássicos que deixam qualquer produção mais arrumadinha. Mas, se em São Paulo o clássico vai nas partes de cima e de baixo ao mesmo tempo, no Rio a perspectiva vai mais pra informalizar a camisa com um jeans ou a calça fina com uma regata de malha.
É do monocromático? Ok, mas viva as cores bem claras!
É verdade que no Rio – em cidades de praia, creio eu – há uma tendência maior a se usar estampas, cores e mixes cromáticos (taí minha amiga musa
que não me deixa mentir!). Eu mesma, lá atrás, como carioca, já fui uma pessoa bem mais colorida. Hoje, no entanto, me tornei uma pessoa mais enfadonha e fã de tons neutros. No Rio? Adoro vestir looks monocromáticos claros, arrematados por um acessório com cor ou brilho.Ainda sobre o papo de que Havaianas = sapato…
Não é modo de dizer! Elas vão à praia, vão com calça de tecido, vão ao shopping, vão a qualquer lugar. Não tem regra aqui, mas para usar “como sapato” prefiro as mais tradicionais – como aquela branca com as tiras pretas ou azuis, que deu origem à marca. Deixo as coloridas para a hora da areia.
(sei que a imagem que ilustra o tópico não é das “originais", mas acho que dá para transmitir o conceito!)
Minha regata oficial da vez
Tem na Zara, tem (versão premium!) na Andrea Marques e na Mondepars, tem na Hering (aliás, ando muito bem impressionada com a marca!)… Ela é justinha – às vezes compro um tamanho maior para uma versão mais solta –, canelada, levemente cavada e extremamente simples. Coloque com alfaiataria e vá para a programação mais arrumada; vista com um jeans e vá viver o dia. Ando colecionando há um ano, com acervo duplicado (um exemplar mora no Rio e o outro idêntico em SP), sempre quebra um galho quando se está sem ideias.
Saem as it bags, entram as bolsas de palha!
Parece que foi ontem que eu era a doida das bolsas superfaturadas – quem viveu a era ItGirls e suas “bolsas-escudo” vai lembrar. Uma década depois, eu sou fã de marcas com bom custo-benefício e acho que uma boa bolsa de palha ou uma livre de logos bem, bem mais chique…
{obs. as fotos são todas via Pinterest! Prometo ter, ao fim de 2025, um acervo pessoal de imagens para ilustrar estes balanços de estilo!}
E que dia 22/12 que nada: se eu tirei minha bolsa de palha Carol Arrigoni do armário, é porque o verão chegou!
Eu ainda te amo? Minha relação com São Paulo!
Aquela que com certeza foi a maior paixão que já vivi na vida durou o máximo esperado para uma paixão – em torno de cinco anos? – e se transformou em um sentimento dúbio que até hoje não sei definir…